sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Texto Modelo para auxiliar no desenvolvimento do texto argumentativo.

Tema: Violência

Importa desarmar, importa cuidar

De um lado, descaso da sociedade para com marginalizados e excluídos sociais, de outro, o poder de fogo dos que se importam com esses párias sem vez e sem voz: os traficantes. Dois fatores que se unem para formar uma devastadora realidade: a guerra urbana.

À medida que o Estado, a iniciativa privada e a sociedade em geral tornaram-se insensíveis às dores dos subúrbios e favelas, aos pedidos de socorros dos becos e morros dos grandes centros urbanos, os aliciadores do narcotráfico ganharam terreno. Tornaram-se “protetores”, “provedores” dos desamparados. A um custo muito alto, certamente, mas, onde a miséria e o desespero predominam, as pessoas se agarram ao que podem para sobreviver. Assim, a lógica capitalista com seu desinteresse pelos menos favorecidos gerou a cumplicidade com o crime organizado.

Após décadas de indiferença, jovens e adolescentes revoltados e recrutados aterrorizam-nos com armamento pesado e um ódio cruel mais pesado ainda. Tortura e homicídios com requintes de sadismo se tornaram parte do cotidiano das favelas. Os jornais estampam a barbárie de uma sede insaciável por sangue e poder. A ostentação de armamento pesado, sobretudo de uso restrito das forças armadas, mostra que, se a proteção à dignidade humana garantida na Constituição Federal não é promovida pelo Estado no que se refere às massas que vivem marginalizadas, “os filhos dessa mãe gentil lutarão com braço forte”. Os “bastardos” sociais estão no comando, e as suas granadas dão provas disso.

Urge desarmar as facções e as milícias, urge proteger e garantir dignidade aos desamparados sociais. Somente agindo nessas duas frentes a nossa própria dignidade será restaurada, e a paz tão pregada poderá ser uma perspectiva plausível.

(Welliton de Resende Zani Carvalho)

Texto-modelo para auxiliar no desenvolvimento estilístico-estrutural do texto dissertativo-argumentativo

TEMA: CRIMINALIDADE, VIOLÊNCIA E INSEGURANÇA COLETIVA: A SOCIEDADE EXIGE PAZ! - PMES - 2007 - Proposta do Cespe-UNB


A sociedade precisa construir a paz que tanto exige!


Diante das atrocidades que, aos poucos, vêm-se banalizando nos grandes centros urbanos, é comum ouvirmos gritos de protesto, gemidos de dor de mães que veem devorados a bala filhos menores, muitos em tenra idade e nos revoltamos. Passada, no entanto, a euforia do momento, “o calor da barbárie”, cada um volta aos seus afazeres, e a vida continua. A injustiça continua, a violência continua. A indiferença, o abuso de poder, a morte. Resta-nos perguntar: com que direito uma sociedade que gera “monstros” pode reclamar da monstruosidade?

Não precisamos pensar muito para que logo nos venha à memória que os “poderosos traficantes” das favelas cariocas, os “temíveis chefões” do Comando Vermelho ainda outro dia corriam, remelentos por vielas estreitas, pelo meio das quais um esgoto fétido passeava, trazendo mosquitos e doenças. Sim, a sociedade que hoje geme é a mesma que vem expurgando essas crianças pobres do acesso aos meios lícitos de produção. É a mesma sociedade que olha com preconceito o belo rapaz negro que desce o morro para procurar emprego digno. As raízes desse mal? O descaso, a ingerência do Estado, a falência do setor privado em amenizar a desigualdade social.

Agora, o abacaxi está nas mãos do poder público. Como não estamos em Guerra Santa (não tão santa assim) como Israel e Palestina, nem somos tão canalhas para bombardear civis inocentes e pôr abaixo barracos e escolas, resta-nos reconhecer que o Estado precisa agir, que é sua responsabilidade garantir a segurança da população, mas que não se faz idéia de como fazer, ou de o que fazer. Quando Ana Maria Tahan registra no Jornal do Brasil que “Os traficantes do Rio colocaram de joelhos ministros, secretário de Estado e jornalistas”, confirma o que vimos falando.

Ao nos depararmos com a afirmação de que quem vive no Rio exige a derrota incondicional dos bandidos, é inevitável nos lembrarmos dos bombardeios de Israel na faixa de Gaza. Não que a polícia não tenha que agir, mas, se essa fosse a solução, há muito a violência teria sido erradicada do Brasil, bem como a paz instaurada no Oriente Médio. Porém, o que tem funcionado no combate à criminalidade, apesar dos tímidos e individuais esforços, é a ação das ONGs, que têm olhado, não para os adolescentes de arma em punho que ostentam poder e dinheiro, mas para os “fernandinhos” e “malucos” que, remelentos, correm pelas vielas em meio ao esgoto fétido que continua poluindo as favelas.

A solução? Investir no homem, no fortalecimento das relações sociais, na educação social, que mostra às crianças um horizonte além do tráfico de drogas. Como fazer? As ONGs dão o exemplo. A internet divulga. Só não enxerga quem não quer. E os monstros? Esses se digladiam até à morte, e morrem cedo. A sociedade precisa cuidar de não produzir mais deles.

(Welliton de Resende Zani Carvalho)